sexta-feira, 25 de junho de 2010


Jornada

              
Ainda que pelos vales eu tenha que marchar
Sozinho pelas montanhas, sob a cintilante luz da lua
Nas noites vou recordar

Correndo pelas campinas, navegando no vasto mar
Voando no imenso céu, a esmo nas cordilheiras
Desertos atravessar

Sofrendo por estar longe da aldeia onde nasci
Da morena de mãos tão frias, de lábios incandescentes
Com cheiro flor de anis

Corri junto às margens dos rios de braços que cortam a flora
Da cachoeira ouvi o pranto e chorei junto com ela
Pelas águas que foram embora

Do leite no copo da flor tomei com canudo de palha
Morei em cabana de barro, conforto não tinha migalha
Comi mel de abelha no favo, ouvia o barulho da gralha

Me pus a cantar ao relento até o romper da aurora
Meus lábios se encheram de versos, cantei o amor na poesia
Ah! se ela me ouvisse agora!

Estrela de coração quente, já pus o pé na estrada
O afã...te ver radiante, viçosa...como a samambaia
Ora chego de hora distante, morena se enfeite. Me espere na raia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário