terça-feira, 18 de agosto de 2009

Molhai por nós 


Ai! Meu Deus!
Quisera fosse a gota d'água!
Prá esta sede seca, sol de insolação

Eu saí de romaria
Vim sem graça
Já faz tempo que não chove no sertão

A seca começa na terra do coração
E vai saindo
Secando
Rachando
Cozinhando

A calmaria seca
Olho
Lábio
Tez da alma

Drena consciência de rios políticos
Conterrâneos do diabo
Do dinheiro

Recreia almas pelas dunas flácidas
De brumas áridas
Luares minguantes
Infâncias pálidas

A seca começa na terra do coração
E vai saindo
Vai secando
Vai rachando
Cozinhando

Até que a vida se evapore
E o derradeiro desejo clame:
Água!