terça-feira, 13 de julho de 2010


No amor de Martin — Pororoca; Na flor de Fulô — Piracema.

Voltava enquanto ias,
plantava enquanto aravas.
Chapéu de couro, chifre de boi.
Meu paletó secou enquanto o teu, ao sol quaravas.

Enquanto quaravas,
fui à praça, de cravo na lapela,
tez do rosto rubra... 
Me fitava uma linda moça de flor amarela:

É Fulô! — de flor.
No paço da praça
passa.

Com passo
graceja
galhardia

Passo.
Sem ela
bailo aluado

Na noite vadia
entoo
malograda cantilena

Pernoito sereno
no leito
da rua

Do ocaso não faço caso
Aprendi que a clara da lua
é rodada como a saia da gema

De Iracema.

Eu?
Quanto a mim
sou Martin, dos versos gemidos...

Marte
aos pés
da Vênus selvagem

Da América
de incontinente beleza...
Estrela que se esconde na quimera

Como bogaris na primavera...
Ah!
 
Quem dera!

Rainha pela qual se autoflagelam escravos
A pura, cujos lábios
são favos

Poema inaudito
maldito
dilema

Sem visgo de jaca ou viço de arco-íris
pétala de lágrima, cores de aquarela
cheiro de alfazema...

Nosso romance
feito a pororoca
deu em nado contrário

Feito a piracema.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  2. Assentamento os argumento deste espalhamento
    See mail too Much
    Fomento do jumento
    Pororoca com Coca-cola
    Romances e terras tao sofrida
    Linda Izaura-ida. "El Doce Verdugo"

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  3. Pô Verdugo, o teu comentário é um poema à parte.

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