sexta-feira, 25 de junho de 2010


Dinda, donde nóis passemo...


Se o senhor não tá lembrado
da tal casa...
a da rua... dos bobos
que de bobos não têm nada!

Dá licença! Eu vou contar:

Porque cremos até
no "rácio" do símio
Mas povo tem memória curta
quase sempre passional

Temos em mãos a história
que nos deixa mentir!
Proposições contingentes
da memória nacional

E para tanto me valho do verso,
me bastando um dedo de prosa
Inicio no modo prolixo,
adiciono um certo lirismo

Margarida não é rosa!

Exploro bem o terreiro
não desvio da vertente,
pulo para outro quintal
não me vejo displicente

É proposta do proponente
que se resgate a memória
que expira feito gente
nosso despojo perene:

(A película da nossa vida, o que levamos no final: nem dedos, anéis... e sim lembranças, são nosso Patrimônio imaterial)

Comecei falando de casas
hora falo de animais
seus homens de estimação
e de palácios

Tal qual tatú
raposa se entoca
Mutum se aninha longe de cobra
A planície é do guinú.

Da Alvorada... o revoar
dos que migram... imigram...
Direito de ir e vir
com boa classe e TAM depressa!

Às margens plácidas — o dignatário,
às sociais — o descabido;
Com clava forte — o refratário,
eternamente deitado — o desvalido.

Sob o céu da madre gentil
o clamor dos filhos deste solo.
Em explêndidos berços ao vento
crianças de colo.

Desfaça valer o ditado novo
de que pau que nasce torto,
na Granja padece
pelo povo

Na Granja,
chester bombado, assado;
Sob a ponte, 
pombo caçado, mal grelhado.

Somos reis?

Mas rei que não tem palácio
é feito águia sem asa,
índio sem maloca,
Iguaçu sem foz...

... I pra isquecê nóis cantemo assim:

Óh! musa da fiel balança
Desvenda-te!
Abrolhos!
Abre as asas sobre nós!

Fim.


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